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Cultura TD? Cultura do CETRANS? Pragmatismo TD?
Uma das tarefas do 5º Encontro de Membros do CETRANS, realizado neste mês de maio, foi abordar a questão do pragmatismo transdisciplinar a partir do pensamento de Martin Heidegger e de Charles S. Peirce. Eis aqui apenas dois dos vários pontos aprofundados durante este encontro a partir destes dois pensadores que são transdisciplinares por excelência: a questão da diferença para o primeiro, e a questão do hábito para o segundo.
Através de diálogos conflitivos e questionantes, de vivências e de introspecção nos aproximamos da questão do pragmatismo TD que nos levou a perceber a importância de compreender a diferença entre e dentro do que é nomeado epistemologia, metodologia, recursos metodológicos e pragmatismo TD. Diferença aqui é entendida como um meio entre dois, como força mediadora, como meio reunidor, como unidade, como elemento unificador e não como algo em si, independente, encerrado em sua própria identidade. Diferença foi abordada como a própria possibilidade de contato com a realidade e a aproximação do Real. Ter compreendido que a “diferença já vigora” como afirma Heidegger, no sentido de existir e ter vigor, foi muito esclarecedor, pois parece que esta diferença assim tratada, nos leva a ver o que desde sempre somos. Percebemos que a diferença se inscreve em uma contradição visceral e é um chamado para o
essencial, rumo à Morada do ser.
A partir de uma abordagem mais introspectiva e reflexiva adentramos a questão que Peirce coloca no encadeamento crença – hábito – ação e que leva à compreensão do que seria amor evolutivo. No processo coformativo que se desenrolou nas múltiplas atividades solidárias e solitárias, foi se clarificando a ideia de que são as crenças sobre os efeitos de uma coisa, que guiam nossos desejos e conformam nossas ações; que são as crenças que indicam nossos hábitos, que estabelecem os hábitos que determinam nossas ações.
Em ambos os casos, diferença e hábito, tratamos da questão para a qual foi cunhado o termo invaginação, que, como escreve Michel Maffesoli no livro Matrimonium – Petit traité d´ecosophie, 2010, pode ser compreendido como o retorno ao essencial das coisas, o voltar-se para a natureza das coisas que são feitas de interdependência, correspondência e conivência aos muitos “sim” que dizemos a uma existência que mesmo finita, é digna de ser vivida. A invaginação acontece como as coisas se dão na natureza. Na invaginação há uma aceitação do que é, aceitação essa que é uma atitude afirmativa que se acomoda a tudo que a constitui em sua realidade múltipla. É a aceitação do claro-escuro da existência onde se troca perfeição pela completude. Nela o progresso dá lugar ao progressivo, onde há aceitação plena, mesmo das imperfeições, das idas e vindas, das voltas e reviravoltas, dos labirintos e dos
corredores mal iluminados, tendo cormo forma de progressão a espiral.
Escreve Maffesoli que, assim, contrário ao que nos foi deixado pelo Modernismo, o sentido não é mais dado pela flecha que se projeta, que tudo corta, quebra e separa (faculdade da razão); nem pelo círculo que fecha, envolve e repete o mesmo (faculdade da intuição/imaginação); mas pela espiral, com seu enraizamento dinâmico, que opera em níveis e cuja forma de sucessão é sempre um retorno em outra dimensão (faculdades: Razão e Imaginação = Razão Sensível, indo até o Mundo Imaginal). O movimento se dá como Retomada – Distorção; Cura – Cuidado. Isto foi vivenciado pelo grupo na atividade musical nomeada Jornada do Herói, ilustrada pelo percurso de vida do Cartola, a partir do Eneagrama e da proposta de Campbell.
Esta foi uma das maneiras que as pessoas presentes no 5º Encontro do CETRANS adentraram um pouco no pensamento de Heidegger e de Peirce, aprofundaram suas reflexões, se pensaram, pensaram o Pragmatismo TD, e revistaram a cultura do CETRANS, suas crenças, seus hábitos, seus atos e seu movimento evolutivo.
Inauguração da Biblioteca Brasiliana
A nova Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin, localizada na Cidade Universitária da USP, teve seu projeto desenvolvido pelos arquitetos Rodrigo Mindlin Loeb, neto de José Mindlin e membro do CETRANS, e por Eduardo de Almeida, com inspiração em algumas conceituadas bibliotecas americanas, como a de Beinecke Library, da Universidade de Yale, a Morgan Library, a New York Public Library, a Library of Congress e, também, na Biblioteca Nacional de Paris.
Ela foi inaugurada em 23 de março deste ano e é composta de mais de 32 mil títulos ou 40 mil volumes – entre os quais estão exemplares raros – da coleção do bibliófilo José Mindlin, criada ao longo de 80 anos e doados, em 2006, para a Universidade de São Paulo – USP.
Obras originais de autores como o viajante alemão Hans Staden, o pintor francês Jean-Baptiste Debret, o empresário português Gabriel Soares de Sousa e os escritores brasileiros João
Guimarães Rosa, Graciliano Ramos, José de Alencar e Tomás Antonio Gonzaga, integram o conjunto de mais 3,6 mil obras que foram digitalizadas e estão disponíveis para leitura e download no site da biblioteca: www.brasiliana.usp.br.
Lançamento do Livro Sessão de Histórias de Ignacio Gerber
Ignacio Gerber, psicanalista, músico e membro do CETRANS, lançou o livro Sessão de Histórias publicado pela Ofício da Palavra Editora, no dia 13 de maio último.
Diz o autor que “a ideia deste livro é recontar a você, tenha ou não experiência de análise, histórias que tenho contado ou escutado em sessões de psicanálise ao longo de trinta anos”.
Monica Osório Simons representa o Brasil no Fórum Mundial de Educação – FME
Realizou-se em Túnis, capital da Tunísia, entre 26 a 30 de março de 2013, o Fórum Social Mundial – FSM com participantes vindos de todas as partes do globo, que defendem um mundo mais justo e solidário, com um maior apelo político.
A Rede Planetária do Tratado de Educação Ambiental – PlanTEA, grupo do qual faz parte Mônica Osório Simons, membro do CETRANS, marcou presença em intervenções como a marcha de abertura, a atividade “Educação, Justiça Social e Ambiental” organizada pelo FME. Mônica foi também uma dos palestrantes na Mesa Redonda: ‘A Educação que Precisamos para o Mundo que Queremos’, organizada pelo Grupo de Trabalho Internacional de Educação.
Segundo seu relato, “foi enfatizada a necessidade de entendermos a educação como direito humano e não como mera ‘aprendizagem’ visando atender demandas de mercado que de fato mercantilizam a vida de diversas maneiras, bem como, sobre a
importância de ‘ambientalizarmos’ a educação e de como nos 16 princípios do Tratado estão considerados praticamente todos os temas que foram discutidos no FSM”.
A PlanTea ainda colaborou na atividade “Cartografias do Futuro” organizado pelo Grupo de Apoio – GRAP. Com um saldo positivo no FSM e se preparou para fazer a diferença no 7º Congresso Mundial de Educação Ambiental, que foi realizado em Marrakesh, no Marrocos, entre os dias 09 a 14 de junho de 2013. Para esse evento o GRAP trouxe como prioridades para uma Agenda Global de Educação as ações: participar das construções e movimentos que lutem por uma educação como direito humano; constituir um Comitê Internacional da Rede Planetária do Tratado de Educação Ambiental; fortalecer as ações do Comitê Nacional do Tratado em articulação com as parcerias internacionais.
Fonte:http://fracalanzaparquedatransicao.blogspot.com.br/2013/04/devolutiva-sobre-o-forum-social-mundial.html
Maria F. de Mello e Vitória M. de Barros participaram do III Ateliers sur La Contradiction
O III Ateliers sur la Contradiction realizou-se em Saint Étienne – na École de Mines, na França, de 4 a 6 de abril p.p. Desde sua origem este atelier percebeu toda a amplitude da tarefa de colocar a razão em discussão em torno do conceito transversal de contradição, num processo que encoraja uma abordagem lógica e rigorosa que não se revela na linguagem discursiva. O Atelier é endereçado tanto a especialistas do mundo acadêmico, como a engenheiros, dirigentes de empresas pública ou privada, artistas e a pessoas interessadas em transformações de caráter pluri e transdisciplinar.
Os temas deste ano foram: A Contradição dentro das Culturas e Tradições Sapienciais em suas diferentes vertentes; A Contradição na Ação Pública; A Contradição no Design e A Contradição na Arte.
Basarab Nicolescu, presente no evento, realizou a palestra “Comment dialoguer? Repères pour le dialogue transculturel” – Como dialogar? Referenciais para o diálogo transcultural. Saiba mais no site http://aslc2013.emse.fr/
Mariana Thiériot Loisel e a Filosofia para Crianças
Mariana Thiériot Loisel, membro do CETRANS, filósofa e pesquisadora TD, está realizando pesquisas no âmbito da Filosofia para Crianças. Seu trabalho se encontra em um site criado por Philippe Meirieu, dedicado à pesquisa, história e às atualidades na Pedagogia.
Para saber mais, acesse: www.meirieu.com/ECHANGES/echangesdepratiques.htm
Cléo Busatto mostrou seu trabalho na Feira Pan-Amazônica
Cléo Busatto, escritora e contadora de histórias, membro do CETRANS, participou da 17ª Feira Pan-Amazônica do Livro em Belém, no Pará, no dia 30 de abril pp.
Na primeira atividade da escritora no evento, Contar e Encantar, Cléo apresentou as técnicas da arte de contar histórias e abordou como as narrativas podem participar da formação do ser humano. Já na segunda ação, Cléo interagiu com a plateia por meio de intervenções sonoras.
Relata a artista que “...um bom texto pode conduzir a uma vivência simbólica, social e pedagógica, além de abrir a possibilidade para o espectador criar as suas próprias histórias”. Complementou Cleo, que ...“A partir desta audição, ela pode elaborar conflitos e reconhecer afetos e, ao mesclar livros, computadores, sons e projetor multimídia, conseguir construir com o público, um momento de sensibilidade e prazer junto à arte literária”.
Fonte: http://www.vaibelem.com.br/vibe/id/736
Reprodução do Labirinto de Chartres
Movimentar, Vibracionar, Ritmar
Len – ti – fi – car...
Lentes: focar!
Treino, exercício, prática
Hábitos que me habitam – eu vou habitar, retrovisionar!
Crenças questionar, refinar
Ideias e pensamentos clarificar
Sim! Simples e Belo buscar!
Da periferia emerge centro, execução sobre si mesmo.
Do lado de fora labirinto eu adentro
Entro, penetro no silêncio.
Vazio do conhecimento, sabedoria, renascimento
Alethea admirável desvelamento
Retornação, deixar-se ir...
Da soleira o horizonte: contemplação!
Do 4 para o 5 – abismo a frente!
Com o templo – a ação!
Cair para Cima
Humildade e Gratidão
Arte e Amor
Fragrância do Coração.
Texto de Leeward Wang, membro do CETRANS, escrito durante o 5º Encontro
UA Comunidade
Em 23 de março, como parte das atividades do CETRANS Experiências TD, Silvia Fichmann, membro do CETRANS, realizou a palestra “Uso de Redes Sociais na Escola: criando Redes de Aprendência – Web 2.0 & Transdisciplinaridade”, relato do projeto que desenvolve em Fórum locado no Portal do Professor do MEC e contou com a colaboração da profª Selma Bessa e de professores ligados à Secretaria de Educação de Fortaleza/CE.
Após um delicioso café da manhã, com a presença de membros do CETRANS e convidados, a palestrante iniciou as atividades descrevendo o trabalho que desenvolve junto a professores de Escolas Públicas e instigou reflexão acerca dos “tsunamis digitais’ (ver artigo publicado no Boletim Interativo nº 16) e da necessidade de inovação nas práticas educacionais. Sílvia ainda enfatizou a importância de uma proposta pedagógica transdisciplinar consistente, no processo de aprendência e na utilização das Redes Sociais. Segundo a palestrante, a partir de objetivos claros e de uma proposta robusta, a busca dos instrumentos necessários vem como consequência.
Dentre os importantes tópicos abordados, ela ressaltou a relevância da utilização do termo aprendência, um neologismo criado pela educadora francesa Hélène Trocmé-Fabre, por ser muito mais apropriado a uma proposta TD, por mostrar o caráter espiralado e dinâmico do aprender, em contraste como o termo ‘aprendizagem’ usualmente usado.
Além do excelente conteúdo abordado, a vivência TD estruturou-se de maneira inovadora, envolvendo, com auxílio da ferramenta Hangout/Google, a participação virtual de várias pessoas on-line, locadas em outros estados brasileiros e, também, em outros países, além de interessados no tema, presentes na sala CETRANS.
Também na sala CETRANS, em 27 de abril, como parte das atividades Experiências TD, Vitória Mendonça de Barros falou sobre “Raízes Arquetípicas – de onde viemos e para onde vamos: Prometeu e/ou Dionísio?” quando apresentou suas indagações e constantes reflexões sobre como o comportamento humano tem raízes muito antigas, já que nossa história é um somar/subtrair constante de instantes preciosos que foram se constituindo no tempo e formando um sistema sociocultural de tipo complexo.
Muitos são os arquétipos que formaram nossa estrutura de pensar e agir no mundo e os mitos de Prometeu e de Dionísio – de quem somos os herdeiros – são duas peças deste quebra-cabeça, pois mostram duas vias possíveis no trajeto humano. Seguindo a experiência da palestra de março, também esta foi transmitida e gravada pelo Hangout/Google, para atender solicitações de membros e interessados que não puderam participar presencialmente. Os vídeos tanto da palestra de Silvia Fichmann, quanto a de Vitória Mendonça de Barros se encontram no canal criado este ano para o CETRANS no Youtube, nos endereços http://youtu.be/2U-_J-QrOv0 e http://youtu.be/UvWEmF_SYI4, respectivamente.
UA Comunicação
As várias comunicações enviadas aos participantes do 5º Encontro de Membros do CETRANS foram concebidas com uma intenção coformativa. Compartilhamos abaixo algumas das frases introdutórias utilizadas nelas:
“O mundo concede às coisas a sua essência. As coisas são gestadas de mundo”. [Heidegger]
“Provocar é evocar uma proximidade”. [Heidegger]
“Somos antes de tudo, uma linguagem e pela linguagem. Não é necessário um caminho para a linguagem”.
“Um caminho para a linguagem é até mesmo impossível, uma vez que já estamos no lugar para a qual o caminho deveria nos conduzir. Mas será que estamos mesmo nesse lugar? ” [Heidegger]
“Na, verdade, cada passo do pensamento visa apenas ao esforço de ajudar o homem a encontrar a verdade de sua essência, de seu vigor”. [Heidegger]
... “A primeira grande lição que temos o direito de exigir que a lógica nos ensine é como tornar nossas ideias claras; e é uma das mais importantes, sendo desprezada apenas pelas mentes que delas mais necessitam”. [Charles S. Peirce]
...“Alguns filósofos têm imaginado que para dar inicia a uma investigação fosse apenas necessário formular uma questão ou escrevê-la num papel e nos recomendaram até mesmo a iniciar nossos estudos questionando tudo! Mas o mero ato de colocar uma proposição na forma interrogativa não estimula a mente a qualquer esforço posterior. Deve haver uma dúvida real e viva, e sem ela toda a discussão é vã”. [Charles S. Peirce]
...“a plena posse de nosso poder de fazer inferências é a última das faculdades que adquirimos, pois não se trata de um dom natural, mas de uma longa e difícil arte”. [Charles S. Peirce]
UA Formação
O 5º Encontro de Membros do CETRANS – Os Encontros de Membros do CETRANS acontecem anualmente e tem como finalidade a formação dos seus membros, bem como a troca de experiências e a convivência amigável e generosa dos envolvidos.
O 1º Encontro foi realizado em Campos de Jordão/SP, em fevereiro de 2008, com foco na Reestruturação do CETRANS e, também, na Celebração dos 10 anos de sua existência. O 2º Encontro foi realizado na Fazenda dos Bambus em Pardinho/SP, em março de 2010, e teve como tema O Terceiro Incluído e o Sagrado. O 3º e 4º Encontros foram realizados no Sítio Pouso Alegres – Porto Feliz/SP, em fevereiro de 2011 e em março de 2012, e abordou os temas: Linguagens TD e Emergência do Sujeito; TD & essa estranha ideia do Belo, respectivamente.
O 5º Encontro de Membros do CETRANS acaba de ser realizado e foi programado em duas etapas: a 1ª na Sala CETRANS, em 18/05 e, a 2ª na Instância GAIA, situada na cidade de São Francisco Xavier/SP. O foco deste Encontro foi – Pragmatismo Transdisciplinar? – explorado a partir das vertentes: Método Fenomenológico; Emergência do Sujeito e Raízes Arquetípicas.
As atividades conjugaram intelecto e sensibilidade. Os participantes exploraram o tema a partir de três textos: A Linguagem de Martin Heidegger; Pragmatismo TD? de Maria F de Mello e Vitória M de Barros e Los hábitos y el crecimiento: una perspectiva Peirceana de Sara F. Barrena.
Reflexões e vivencias foram feitas a partir da metáfora do Cânone e da Fuga, de grafismos de M. C. Escher, da expressão pictórica da Angeles Santos Torroella; de meditação em movimento em um labirinto, da jornada mítica de um herói, o Cartola, tendo como referência a abordagem de Joseph Campbell e o Eneagrama. Todas as atividades realizadas, fossem elas solitárias ou solidárias, propiciaram que o Pragmatismo TD fosse aproximado em seu primeiro plano e no seu plano de fundo.
Na última hora do Encontro os participantes foram convidados a responder duas perguntas que seguem e as relatarem:
1) O que é o Pragmatismo TD?
2) Quais as impressões deixadas por este 5º Encontro?
Todas as pessoas tiveram 15 minutos para refletir sobre essas duas questões para, em seguida, expressá-las, no tempo máximo de cinco minutos. No canal YouTube do CETRANS está a gravação dos depoimentos de todos os participantes: http://youtu.be/cgn88SEUrfs. Esta foi uma maneira de contar a vocês um pouco do 5º Encontro de Membros do CETRANS.
Homenagem ao Prof. Ubiratan D’Ambrósio
Imagens dos momentos da homenagem e da palestra do Prof. Ubiratan D’Ambrósio
No primeiro dia do 5º Encontro, o CETRANS teve a honra de receber este grande pensador transdisciplinar e reverenciar suas realizações no âmbito da TD no Brasil e no exterior.
Para saber mais sobre este momento único, acesse:
http://youtu.be/eMGyMck6xwc para assistir o vídeo da palestra.
Para ler o PPT usado pelo professor em sua palestra, clique em:
http://issuu.com/veralaporta/docs/130518_apresenta____o_palestra_prof
Para ler a mensagem integral do CETRANS ao Prof. Ubiratan nesta celebração, clique em: http://issuu.com/veralaporta/docs/homenagem_ao_prof__ubiratan
Sobre o preâmbulo do 5º Encontro
No intuíto de criar um denominador comum entre os participantes do 5º Encontro de Membros do CETRANS, e assim enraizar e dinamizar as reflexões pretendidas, convidamos todos os inscritos a lerem três textos e os encorajamos a formular questões instigadoras sobre os mesmos e a respondê-las. Mariana Thiériot Loisel , um dos membros participantes, que se engajou com intensidade nas atividades, via Internet, pois ela mora no Canadá, escolheu formas narrativa, fotográfica e poética para a expressar suas reflexões. Conheça uma delas:
UA Gestão
Gestão e Pragmatismo TD – Neste ano a gestão do CETRANS se fez em dois planos: no âmbito da 1ª Ordem e da 2ª Ordem. Contudo, dada a elaboração do 5º Encontro de Membros, ela foi prioritariamente exercida no âmbito da 2ª Ordem. Tomamos conhecimento desta visão de Gestão de 2ª ordem por ocasião do Seminário: TRANSDISCIPLINARITY: JOINT PROBLEM-SOLVING AMONG SCIENCE, TECHNOLOGY AND SOCIETY. SWISS FEDERAL INSTITUTE OF TECHNOLOGY, Zurich, Switzerland February 27, 28 29 and March 1, 2000. “Second Order Management for Emergent Problems in nowadays Science and Society de Henk Goorhuis.
Compreendemos que a Gestão de 1ª ordem diz respeito às questões relativas à organização, comandos e controles, prazos, direcionamento, metas. Nela a realidade é vista prioritariamente na linha do tempo, e a imagem que melhor a representa é a da seta em direção a um alvo.
A Gestão de 2ª ordem foca o fenômeno a partir do próprio fenômeno. Ela é pensada não como a resolução de problemas, mas como a elaboração como possibilidade co-evolutiva do sistema em questão e a noção de sentido é o plano de fundo das ações do primeiro plano. Esta gestão não é vista como direcionamento linear, nem como um círculo fechado, mas como um terceiro entre dois movimentos que poderíamos representar por uma espiral. Assim estamos aqui mais ocupados com a gestão da gestão, a aprendência da aprendência, a observação da observação, o tempo do tempo. É a partir deste processo auto-referencial que esta gestão emerge.
Outro aspecto importante desta Gestão de 2ª Ordem é trabalhar com a noção de diferença entre todas as tensões que se apresentam como mediação de forma a encontrar as conexões criativas e inovadoras. Imergir nesta noção de distinção é vital para que esta Gestão de 2ª Ordem se efetive.
Mais um aspecto desta gestão diz respeito ao que é denominado diagonalização, ou seja, o processo de reconhecer a identidade do fenômeno e o seu processo evolutivo. Este processo implica em 1) assimilação – definir o que deve ser conservado de crenças anteriores; 2) acomodação – redefinição das próprias distinções de forma que o paradigma mude; 3) identidade não definida – ouvir a dinâmica do próprio sistema; 4) valor único – respeitar o que o sistema escolhe como sendo sua identidade, independente de influências que possam vir do exterior.
Mais três aspectos foram levados em consideração: autopoiesis, enquanto caráter autogerador do sistema; os princípios da TD e a coevolução entre ciência e sociedade.
Enquanto coordenadores das UAs do CETRANS, pensar a gestão nestes termos nos foi e continuará sendo extremamente desafiador e promissor. Notamos que não se trata de uma tarefa apenas a ser exercida pela UA Gestão, mas sim da gestão de cada uma das demais UAs: Comunicação, Comunidade, Formação e Publicação, mesmo cabendo prioritariamente à UA Gestão aprofundar, desenvolver e implementar este modo de gerir.
Atribuímos a singularidade e sucesso do 5º Encontro muito por ele ter sido pensado, desde seu momento zero a partir de uma gestão de 1ª e de 2ª Ordem. Claro ficou que muito temos que avançar na nossa compreensão e no exercício da natureza de uma gestão denominada de 2ª Ordem no CETRANS, pois ela é vital para que o Pragmatismo TD aconteça.
UA Publicação
A Editora TRIOM, em colaboração com a Unidade de Ação Publicação, lançou os seguintes livros:
Cinco meditações sobre a Beleza de François Cheng
“Nestes tempos de misérias onipresentes, violências cegas, catástrofes naturais ou ecológicas, falar de beleza poderá parecer incongruente, inconveniente, ou mesmo provocador. Quase um escândalo.
Mas, exatamente por isso, vemos que de natureza oposta ao mal, a beleza se situa na outra extremidade de uma realidade a qual devemos encarar. Estou convicto que temos como tarefa urgente e permanente examinar esses dois mistérios que constituem as extremidades do universo vivo: de um lado, o mal, do outro, a beleza.
(...) O que está em jogo mais que a verdade do destino humano, um destino que implica os dados fundamentais de nossa liberdade”.
François Cheng
Lógica na Realidade de Joseph E. Brenner
Lógica da Realidade argumenta que a estrutura física fundamental do mundo é tão lógica quanto matemática. A lógica formal aplicada da e na realidade – LIR representa uma saída radical da noção comum da lógica e de suas funções. Este livro instala LIR como uma lógica não proposicional com um único cálculo, uma lógica, no entanto, que pode ser usada intuitivamente com um mínimo de simbolismo. Uma nova ontologia relacional é desenvolvida e demonstra como os axiomas de LIR se encaixam com a física moderna.
Conjuntamente, os axiomas e a ontologia de LIR constituem um esquema para descrever e explicar complexos processos, entidades e eventos do mundo real. Exemplos extraídos de artigos atuais sobre filosofia, metafísica e ontologia são consistentemente analisados, incluindo problemas de casualidade, tempo e espaço, emergência e evolução. Este livro está na interface da lógica, da filosofia e da ciência. É destinado a leitores interessados em filosofia, ontologia e filosofia da ciência, especialmente em física quântica, biologia e cosmologia. Ele requer competência de raciocínio, mas não conhecimento detalhado dos campos em discussão.
A extensão crítica de LIR de não-separabilidade categorial para processos interativos macroscópicos definem princípios estruturais de dinâmica que permeiam tanto as teorias científicas como seus domínios. LIR provê, assim, apoio para as versões metafísicas atuais do realismo estrutural. O autor encoraja os leitores a por em prática um “novo ceticismo”, pois LIR é uma maneira de interpretar e aceitar as dicotomias e as explanações contraditórias, e também uma maneira de lidar com a inconsistência na filosofia e na ciência.
Joseph E. Brenner
Foto do grupo de membros participantes no 5º Encontro na Instância GAIA
Pragmatismo Transdisciplinar
É ser, sendo.
É cair no abismo para o alto e encontrar uma morada para a essência do homem.
É entrar no labirinto, caminhar passo a passo, atingir e permanecer no centro e depois, passo a passo, sair dele.
É ouvir o chamado para a aventura, partir, cair no moinho do mundo, morrer e renascer, iniciar, cair no abismo, cair para cima e retornar ao local de origem.
É harmonizar, ressoar, ou ainda, ressonar, ciranda e Dona Nobis Pacem.
É oferendar, inverter, retrogradar e ainda fazer o retrógrado da sua inversão.
É evoluir através do hábito pelo motor do amor – Ágape – papel decisivo na criatividade que envolve o Universo e a vida humana.
É caminhar, meditar, respirar, exercitar o treinamento perfumado no seu tempo, no seu lugar. Tudo isso SER, sendo.
Texto de Edson Tani, membro do CETRANS, escrito durante o 5º Encontro
UA Comunicação – Vera Laporta
UA Comunidade – Miriam Menezes de Oliveira
UA Formação – Maria F. de Melo
UA Gestão – Vinicius Alexandre do Santos Almeida
UA Publicação – Vitória M. de Barros
