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     CETRANS 1998 – 2013 | 15 Anos de Atividades

 

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Do Colégio da Casa dos Sacerdotes do Templo de Horus em Edfu:

A Lâmpada da Sabedoria queima incessantemente,
Se o solo que a alimenta é realidade.

Se o óleo que alimenta a lâmpada é Amor,
O amado encontrará o Senhor e a Dama e será abençoado. (Senhor e Dama significa o Deus e Deusa pessoal)

Se o ar que alimenta a Chama é Verdade,
Aquele que a respira inspira Sabedoria.

Se o Espírito entra na Chama,
O Fogo será tão brilhante como a Estrela.

Tradução de Maria F de Mello

From the College of Priests House of the Temple of Horus at Edfu:

The Lamp of Wisdom burns steadly,
If the soil that feeds it be reality.

If the oil that feeds the lamp be Love,
The beloved will meet the Lord or Lady and be blessed. (Lord and Lady means personal God or Goddess,ed.)

If the air that feeds the Flame be Truth,
Who breathes will inhale Wisdom.

If the Spirit enters the Flame,
The Fire will be as bright as a Star.


Silvia Fichmann, membro do CETRANS, em parceria com Selma Bessa, Coordenadora do Centro de Referência do Professor (CRP), Núcleo de Tecnologia Educacional (NTE), Secretaria Municipal de Educação de Fortaleza (SME), apresentou um artigo sobre o projeto de pesquisa intitulado Uso de redes sociais na escola: criando Redes de Aprendência. Web 2.0 & Transdisciplinaridade, no Congresso de Tecnologia Educacional – II Congresso Brasileiro de Informática na Educação (CBIE 2013) – XIX Workshop de Informática na Escola (WIE 2013), em novembro deste ano.

Seu projeto está se expandindo para escolas públicas brasileiras, a partir do Fórum do Portal do Professor do Ministério da Educaçao e Cultura - MEC. Atualmente, os professores da rede pública de Fortaleza têm trabalhado em contexto criativo, aberto, dinâmico e complexo nas redes sociais, colocando em prática os conceitos de aprendência em ambiente colaborativo. A ideia de “redes de aprendência” surge a partir da intenção de apresentar caminhos para que o professor desenvolva projetos fundamentados na transdisciplinaridade utilizando ferramentas digitais.

Saiba mais em: http://www.br-ie.org/pub/index.php/wie/article/view/2606/2262

 

TD na Fundação Getúlio Vargas – FGV. Como resultado da 8ª trajetória [2º Semestre 2013] da eletiva Formação Integrada para a Sustentabilidade – FIS, foi apresentado o documentário intitulado Imagem de Nós produzido pelos alunos sobre o tema resíduos sólidos, no espaço Itau de Cinema Frei Caneca, em 10/12. Este documentário foi uma resposta ao desafio elaborado e apresentado aos alunos pelos parceiros FIS e pela Equipe FIS composta por Erica Gallucci, Leeward Wang, Maria F de Mello e pelo professor titular da FGV Dr. Mario Monzoni.

Esta apresentação teve por objetivo ajudar a consolidar o processo formativo transdisciplinar dos alunos e avaliar se o documentário seria uma contribuição significativa à complexa e controversa implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS. Esta apresentação foi coroada de sucesso e recebeu algumas sugestões valiosas da banca examinadora sobre o tema.

 

Rede TD Intergeracional. Em 30/11 foram encerradas as atividades da Rede Transdiscipinar Intergeracional – Rede TIG/2013. Desde o começo do ano muitas reflexões e contatos acerca deste tema de importância crescente no mundo tiveram lugar. A partir agosto foi utilizado o ambiente social do Facebook, o que conferiu grande agilidade de troca de impressões e de conhecimento, bem como facilitou a colaboração entre os participantes da Rede TIG. No final do semestre vídeos foram produzidos documentando a percepção de cada um sobre o trabalho desenvolvido ao longo do ano - um exercício além de belo, muito inspirador!

Para 2014 a proposta é continuar a produção reflexiva e a troca intergeracional virtual e presencialmente, além de organizarmos um registro elaborado contemplando as produções do grupo acerca da compreensão das relações intergeracionais na contemporaneidade. Alguns participantes da Rede TIG trabalharão especificamente na elaboração deste registro através de reuniões quinzenais ou semanais e em um empenho pragmático de sistematização; outros continuarão a elaborar e aprofundar o tema de maneira a complementar esta proposta. O grupo de registro poderá solicitar a reflexão mais pontual sobre algum aspecto do tema que esteja sendo trabalhado em determinado momento.

Todos aqueles que participaram da Rede TIG relataram a importância crescente do tema da intergeracionalidade, do afeto nas relações, do reconhecimento das diferenças e da troca entre gerações. Este processo formativo tem sido um laboratório real de relações intergeracionais em si mesmo!

 

Quando nos aproximamos das tradições sapiencias ou dos escritos de filósofos é uma tentação querer fazer um desenho único, grande e unificado, mostrando como, de alguma maneira, estas tradições e teorias concordam entre si ou uma com as outras. Isto acontece porque, provavelmente, encontramos um grande grau de diversidade e, também, porque existem algumas analogias. Todavia, precisamos prestar atenção às diversidades de modo a evitar o sonho simpático e falacioso de anular divergências que são muito significativas para a compreensão destas ideias. Muitas vezes, somos levados a encontrar semelhanças superficiais e enfatizar muito algumas delas e, então, perder texturas e detalhes. Na útlima conferência pronunciada por Dr. Jay Garfield sobre o tema The Meaning of Life/O sentido da Vida, na Atividade de Membros do CETRANS, realizada em 19/11, o filósofo tece considerações de grande relevância sobre esta questão.

Dr. Garfield pergunta: Mas qual é o sentido da vida afinal? Apesar da diversidade das visões apresentadas – Induismo, Taoismo, Confucionismo, Tradição Judaico-cristã, Budismo (várias vertentes), Estoicismo, Modernismo, Pós-modernismo – existem certos temas importantes recorrentes em todas elas, lembrando que em cada vertente, seja de tradição sapiencial ou filosófica, há especificidades que precisam ser diferenciadas. Neste sentido, ele identifica e discute os sete temas seguintes:

  1. Conexão entre nossa vida e um contexto maior
  2. Temporalidade – o que é permanente e impermanente
  3. Ideal da perfeição humana
  4. Espontaneidade
  5. Liberdade
  6. Necessidade de enfrentar a realidade
  7. Viver uma vida autêntica

Dr. Garfield ainda acrescenta:

  • Nossa vida carrega uma relação entre o contexto de nossas pequenas vidas e de algo maior fora dela. Este contexto, por vezes é concebido como universal, divino ou cósmico, ainda que seja mais retrito, global ou natural. Nossas pequenas vidas que não fazem sentido podem tornar-se vidas significativas ao conectá-las com algo maior.
  • Como nossa vida que vem e que é cortada abruptamente pode ter algum significado? Considerando a questão do que é permanente e impermanente, a questão da finitude e infinitude, ainda podemos conseguir dar um sentido a nossa vida...
  • Se imaginássemos como uma vida perfeita poderia ser, poderíamos começar a imaginar como uma trajetória de vida, de nossa vida, poderia ser em relação a esta meta.
  • Muitos sábios e filósofos sentiram que a espontaneidade é um aspecto de nossas vidas a ser cultivado. Uma vida vivida espontaneamente, que não é calculada, onde não estamos oferecendo justificativas a cada momento e onde não deliberamos sobre cada ação pode ser uma vida boa. Numa vida espontânea agimos naturalmente, sem esforço e em conformidade com o que é virtuoso e natural.
  • Liberdade é viver sem prisão e sem contenção expressas de diversas formas: individual, pessoal, religiosa, política, social ou do fetichismo do mercado.
  • Uma vida com sentido pode apenas ser vivida enfrentando a realidade, compreendendo a natureza do mundo em que vivemos e a natureza de nossas próprias vidas.
  • Autenticidade é ter o empenho de ser autor de sua própria vida, vida esta que a própria pessoa possa reflexivamente endossar.

Dr. Garfileld enfatiza que é difícil dizer o que é uma vida com sentido, mas algumas questões, como as que seguem, podem nos ajudar a nos aproximar dela:

  • Qual é o sentido da vida?
  • Como engajar-se com a multiplicidade e diversidade de respostas a esta questão, que nos foram dadas através da história das tradições do mundo?
  • Como estar em constante conversa com outras pessoas que se colocam estas mesmas questões?

 

 

UA Comunidade

Dentre as múltiplas ações desta UA salientamos a dinamização da Rede Social NING cetrans.ning.com, a realização de quatro cafés da manhã que antecederam as atividades de sábado na Sala CETRANS.

Durante a Primavera as comunicações dos aniversários mensais dos membros CETRANS e das datas comemorativas do calendário oficial foram celebradas com belas imagens, pensamentos e poesias criadas por Mirian Menezes de Oliveira e Vera Laporta. Estes pequenos gestos foram muito apreciados e propiciaram uma troca afetiva entre os membros CETRANS.


UA Comunicação

Nesta primavera, a UA Comunicação esteve voltada para a dinamização do canal de vídeos do CETRANS no YouTube http://yon.se/youtubecetrans. Lá é possível assistir às séries: La femme et la pensée; O papel da Mulher na Filosofia; PerCurso - TD & Pós-Modernidade; Arvore do Saber-Aprender, de Mariana Thierot-Loisel. Outros vídeos poderão ser encontrados neste mesmo ambiente virtual que divulgam palestras realizadas nos Encontros TD da Sala CETRANS, como por exemplo: da palestra do Prof. Ubiratan D’Ambrósio – Pragmatismo na busca de novos caminhos para a Humanidade; de Silvia Fichmann – Uso de redes sociais na escola: criando Redes de Aprendência Transdisciplinaridade Web 2.0 & Transdisciplinaridade e de Vitoria M. de Barros – Raízes Arquetípicas -- de onde viemos e para onde vamos: Prometeu e/ ou Dionísio

No site http://cetrans.com.br, em multimídia, foram disponibilizados recentemente uma outra série de vídeos que tratam de diferentes temas caros à TD como lógica, complexidade, contradição, pós-modernidade. Os vídeos têm contribuído sobremaneira para a abertura e visibilidade do CETRANS, tanto nacional, quanto internacionalmente.

A UA Comunicação divulgou diversos eventos dos quais membros do CETRANS participaram, através da mailing list, Facebook, NING CETRANS, do e G+. Esta divulgação, um modo de propagar a amplitude de suas ações, alcança não apenas os membros do CETRANS, como também amigos e estudiosos da TD.

Além disso, contando com a colaboração de Lali Jurowsky e de Monica Simons, as UAs Comunidade e Comunicação criaram uma rede interativa que produziu um poema coletivo para celebrar a Primavera e o dia da Árvore.

 

UA Formação

Cléo Busatto, escritora e contadora de histórias, abordou o tema Um Olhar Transdisciplinar para a Arte de Contar Histórias na Sala CETRANS, em 28/09. Cléo fez uma retrospectiva de seu processo formativo transdisciplinar no CETRANS, de sua história de vida e de como essas memórias foram determinantes no modo como ela se aproxima da arte de contar histórias.

Dado o interesse manifestado pelos presentes, Cléo oferecerá, como parte das atividades do CETRANS em 2014, um curso sobre métodos e gestos no ato de contar histórias.

Também na Sala CETRANS, em 26/10, Rodrigo Mindllin Loeb apresentou sua experiência como arquiteto do grande projeto da construção da Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin no Campus da Universidade de São Paulo – USP. Além de mostrar a complexidade do projeto da obra, Rodrigo trouxe aos presentes uma exposição detalhada e apaixonada deste processo criativo. Ele relatou as relações humanas, políticas e as implicações dos desafios técnicos e econômicos experienciados num período de mais de uma década pela qual este projeto se estendeu.

Ficou evidente, em seu relato, a qualidade auto, hétero e ecoformativa que este trabalho proporcionou e marcou a trajetória pessoal e profissional do arquiteto. 

No final desta palestra, Mirian Menezes de Oliveira brindou Rodrigo e os presentes, com uma poesia feita de improviso:

 

ARQUITETURAS DE VIDAS



Sete anos de construção...
concreto, cimento e vidas...
papéis, despachos... ações...
Nos blocos: a "coletiva"...


O rigor com a energia...
Pai e filho, intercalados...
Arquiteturas... magias...
Complexos e coligados...

Mirian Menezes de Oliveira

Sete anos e dois pastores...
centenas de braços e almas...
burocracias... amores...
estruturas: "mil" louvores...


As colmeias multicores,
Refletindo a própria vida!
As pedras que assumem dores...
de vidas cruzadas, sentidas...

 

UA Gestão

Em novembro foi realizada a Assembleia Geral Anual de Membros do CETRANS, cuja pauta abordou os seguintes assuntos:

  • Prestação de contas e Orçamento; necessidade de aumento da anuidade e formas de parcelamento.
  • Realizações: Publicações, Pesquisa, Boletins, Encontros Formativos, Encontro de Membros, Atividades de Membros, Atividade em novo site.
  • Prospecção: curto prazo/2014, médio prazo/2015 – 2016 e longo prazo/2017 – 2018
  • VI Encontro de Membros 2014
  • Revisão, edição e aprovação dos Parâmetros Normativos
  • Assuntos gerais: Ações da Rede TIG/2013–2014; iniciativa de membros; participação dos membros em atividades do CETRANS e critérios para parcerias e apoios
  • Votação

Nesta Assembleia, para o período 2014–2016 foi eleita Dalva Alves para a UA Gestão. Dalva Alves é pedagoga, psicopedagoga e mestre em ciências, trabalha na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) como técnica em educação superior e cursa doutorado no Programa de Pós-Graduação em Educação e Saúde na Infância e Adolescência na mesma universidade. Também foi reeleita Maria F. De Mello para UA Formação.

As coordenadoras das UAs agradecem a participação de Vinícius dos Santos Almeida, coordenador da UA Gestão 2012/2013, que contribuiu com uma visão empresarial de gestão e deixou um lastro de proposições que, na medida do possível, será implementado a partir do próximo ano.

 

Momento poético na Assembleia: assista Mirian Menezes de Oliveira declamando sua poesia na Assembleia Geral Anual do CETRANS: http://yon.se/poesia-alternancia-tripolar.

 

UA Publicação

A cada dois anos um PERFIL CETRANS é publicado e disponibilizado aos membros e pessoas interessadas em conhecer os princípios, as ideias que norteiam o trajeto CETRANS e a natureza das ações desenvolvidas.

A versão 2014/2015 acaba de ser lançada. Ela é composta das seguintes sessões: Apresentando o CETRANS; Unidades de Ação – UAs; Declaração Filosófica das UAs; Parâmetros Normativos; Pilares da Metodologia TD; Inter e Transdisciplinaridade; Pragmatismo TD; TD e Processo; TD e Sustentabilidade; TD e Abertura para o Transcultural; TD na Sala CETRANS; TD em Projetos; Encontro de Membros; Boletim Interativo – BI; Publicações, Colaboradores; Membros.

Conheça o novo Perfil acessando: http://yon.se/perfilcetrans-2014-2015

 

 

 

O Mi, a unidade velada. O Ma, a multiplicidade manifesta

Annick de Souzenelle em seu livro O Simbolismo do Corpo Humano e Raimon Panikkar, em L’Homme qui deviant Dieu - La foi, dimension constitutive de l’homme, abordam a questão da unidade velada e a multiplicidade manifestada entre outras.

Escreve a autora com muita propriedade que nossa civilização atual usa o intelecto para tentar apreender o mundo e seus mistérios e quanto mais o Homem tenta compreender e se apoderar desse mistério pelo pensamento racional, menos respostas ele encontra. Ela nos diz: “Colocamos o Homem e o Mundo como dois objetos heterogêneos, como duas entidades estranhas uma à outra, considerando o que conhece (o Homem) e o objeto a ser conhecido (o Mundo) como irredutíveis um ao outro” [SOUZENELLE, p. 15]. Foi isso que as ciências humanas fizeram: o Homem estudou o Homem sem saber e, principalmente, sem se conhecer e perceber essa estreita união.

Quando Souzenelle fala do interior e do exterior das coisas, ela está se referindo, não à realidade espacial, mas a uma casca, que pertence ao domínio da manifestação. Depois dessa casca temos a polpa e ela nos levará até o caroço. Para apreender a casca, a polpa e o caroço, temos que penetrar em outros domínios e deixar de lado o que é conhecido e nos é familiar. Ela nos pergunta ainda como integrar esse caroço em sua polpa e dar vida ao que está debaixo da casca. São os símbolos os elementos do nosso mundo sensível e, cada um deles é significante e é imagem do seu correspondente arquetípico, em cima, o significado.

Simbolicamente, podemos dizer que o Mi é o mundo da unidade arquetípica não-manifestada, e o Ma, o da multiplicidade manifestada em seus diferentes níveis de realidade. A raiz Mi encontrará no grego a sua correspondência na raiz Mu, que preside a formação das palavras ilustrando o mundo dos arquétipos. Toda iniciação é uma introdução ao caminho que liga o mundo manifestado ao mundo de seus arquétipos; ela é feita no silêncio. As palavras portuguesas murmúrio, mudo, mistério derivam da mesma raiz. O que significa que o Mundo do Mi (e do Mu na raiz grega) é o que não vemos, é o Mundo sutil, e representa dois níveis de realidade de toda e qualquer Cultura: o Mítico-Simbólico e o do Mistério.

O Mito é o horizonte derradeiro da inteligibilidade, pois ele está, segundo Panikkar, “na origem, não no sentido de fornecer o alimento para o pensamento, mas no sentido de purificar o pensamento, contorná-lo, ou melhor, atravessá-lo, para que o não pensado emerja e que o intermediário desapareça”[PANNIKAR, p.4-5]. O nível do Mi contém ainda a dimensão mistérica, que não é um enigma a ser decifrado.

A linguagem do mito articula-se sobre o relato mítico. Todas as tradições, todas as culturas, possuem mitos de Criação do Universo que foram relatados aos seus membros de geração em geração, oralmente no começo e através da linguagem escrita quando esta surgiu na vida do Homem. Todas essas tradições ensinam que houve uma separação, uma distinção entre ‘o que está acima’ (literalmente, o céu) e ‘o que está abaixo’ (literalmente, a terra), no que antes era uma unidade principal.

A raiz Ma é a raiz-mãe de todas as palavras que significam manifestação (tais como matéria, maternal, matriz, mão etc). Cada elemento do Ma manifesta o seu correspondente no Mi. Este repercute continuamente sobre aquele que carrega não apenas sua linguagem, mas sua potência. “Nesse sentido, o Ma, em cada um de seus elementos, é símbolo do Mi. O símbolo (Syn-bolein: ‘lançar junto’, ‘unir’) une o Ma ao Mi. O Dia-bolein (‘lançar através’, ‘separar’) separa os dois mundos, e deixa vagando ao léu o mundo do Ma, privado da sua exata referência e da sua exata potência” [SOUZENELLE, p.17].

Segundo a tradição judaico-cristã, a Criação surgiu de uma distinção: Deus distingue a luz das trevas, o dia da noite e, mais tarde, o homem da mulher; mas sobretudo das águas principiais Maim. Ele distingue ‘as águas que estão acima do firmamento’ das ‘águas que estão debaixo do firmamento’ (Gn 1: 6-7), águas que a tradição hebraica chama respectivamente de Mi e Ma” [SOUZENELLE, p.19].

O conhecimento aumenta cada vez mais a evolução do que conhece no que diz respeito aos níveis de consciência. Para quem está no mesmo nível de consciência, esse conhecimento é objetivo, enquanto para os que estão presos nas categorias de pensamento do Ma, esse conhecimento é subjetivo. A essas categorias pertence a dualidade objetividade/subjetividade e o conhecimento assim produzido não leva em conta a escalada do ‘firmamento’ - Raqya Schamaïm. No alto do firmamento, desaparece toda a dualidade. “Seja qual for o estágio do Ma ao qual o que conhece tem acesso, os elementos desse Ma têm sempre uma objetividade em si mesmos, enquanto se referem ao seu arquétipo no mundo do Mi. Privados dessa referência, são ilusão, Maya para os hindus (...)” [SOUZENELLE, p.18].

A compreensão do Mi e do Ma, distintos e inseparáveis, é absolutamente essencial para desvendarmos a complexidade expressa nos diferentes Níveis de Realidade.

Conheça mais sobre este tema acessando:
http://cetrans.com.br/wp-content/uploads/2013/09/Alteridade-Autonomia-ou-Ontonomia2.pdf.

 

 

 

 

UA Comunicação – Vera Laporta
UA Comunidade – Miriam Menezes de Oliveira
UA Formação – Maria F. de Melo
UA Gestão – Dalva Alves
UA Publicação – Vitória M. de Barros