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Ilustração de René Barbier, Derrière l’espace 3, desenho numérico.

Le Non–Autre O Não–Outro


René Barbier
à Basarab Nicolescu

Au fond du noir le plus noir
Le charbon s’embrase tout à coup

Dans le feu le plus profond
Quelle surprise la Blancheur

Une louve de la neige
Dans ses crocs le rien
d’Autre

Sang et eau la plus pure
Dans l’immobile devenir

De l’autre côté des choses
Le Tiers Caché
No fundo do negro mais negro
O carvão se torna brasa de repente

No fogo mais profundo
Que surpresa a Brancura

Uma rede de neve
Nos seus ganchos nada mais que o Outro

Sangue e a água mais pura
No imóvel devir

Do outro lado das coisas
O Terceiro Velado

http://www.barbier-rd.nom.fr/journal/spip.php?article1850
Tradução livre: Vitoria Mendonça de Barros

 

Vinte anos se passaram desde a realização do I Congresso Mundial de Transdisciplinaridade no Convento de Arrábida, Portugal, em novembro de 1994. Este evento reuniu especialistas das áreas da ciência, letras, arte e religião, vindos dos quatro continentes, e proporcionou a formulação da “Carta da Transdisciplinaridade”, cujo comitê de redação foi constituído pelo físico Basarab Nicolescu, presidente do Centre International de Recherches et Études Transdisciplinaires – CIRET, pelo escritor, pintor Lima de Freitas – presidente do comité português e por Edgar Morin, grande pensador da complexidade. Este Congresso foi a primeira grande manifestação mundial da Transdisciplinaridade, contando com o apoio do governo português, com a presença do então presidente Mario Soares e de representantes da UNESCO.

Esta Carta é construída de um preâmbulo e de 15 artigos que indicam os pontos principais da visão e metodologia transdisciplinar. Ela foi adotada, a partir dessa data, como farol norteador para todos aqueles que, mesmo não tendo participado do referido Congresso, concordam e procuram colocar em prática seus princípios. Dentre eles podemos destacar:

  • O artigo 5 que nos mostra ser a visão transdisciplinar resolutamente aberta, na medida em que ela ultrapassa o campo das ciências exatas e estabelece um diálogo e reconciliação com as ciências humanas, a arte, a literatura, a poesia e a experiência espiritual.
  • O artigo 11 que elucida ser a educação autêntica transdisciplinar aquela que não pode privilegiar a abstração no conhecimento, mas deve ensinar a contextualizar, concretizar e globalizar valorizando o papel da intuição, da imaginação, da sensibilidade e do corpo na transmissão dos conhecimentos.
  • O artigo 14 explicita que rigor, abertura e tolerância são as características fundamentais da atitude e visão transdisciplinar: “O rigor na argumentação, que leva em conta todos os dados, é a melhor barreira contra possíveis desvios. A abertura comporta a aceitação do desconhecido, do inesperado e do imprevisível. A tolerância é o reconhecimento do direito às idéias e verdades contrárias às nossas.” link Carta

Nove anos se passaram desde a realização do II Congreso Mundial de Transdisciplinaridade em Vitória/Espírito Santo – em setembro de 2005, e que deu origem a outro documento de relevância TD: a Mensagem de Vila Velha/Vitória. Este documento teve como objetivo recordar, valorizar, ampliar e contextualizar a Carta da Transdisciplinaridade, e aportar novas questões relacionadas ao pragmatismo transdisciplinar. Dentre os “considerandos” destacamos aqui o seguinte:

A Atitude Transdisciplinar busca a compreensão da complexidade do nosso universo, da complexidade das relações entre sujeitos, dos sujeitos consigo mesmos e com os objetos que os circundam, a fim de recuperar os sentidos da relação enigmática do ser humano com a Realidade – aquilo que pode ser concebido pela consciência humana – e o Real – como referência absoluta e sempre velada. Para isso, propõe a articulação dos saberes das ciências, das artes, da filosofia, das tradições sapienciais e da experiência, que são diferentes modos de percepção e descrição da Realidade e da relação entre a Realidade e o Real.

Através da leitura desses dois documentos, fundamentais á Transdiciplinaridade, percebemos que a TD se constitui em: 1) uma teoria no sentido original do termo grego: Theoría que vem de theoros – aquele que contempla o theo – o deus, a luz, de onde deriva a noção do pensamento contemplativo, no sentido de cognição, entendimento como iluminação – o que ‘lança luz’, o que permite que algo seja visto, conhecido e sistematizado; 2) uma Práxis no sentido original que significa ações humanas orientadas por valores, nas quais o fim é interno à ação, e nesse sentido é uma ética; 3) e, finalmente, em uma Poiesis, uma ação dos homens, uma criação, uma arte que, como um acontecimento transformador, traz uma boa nova, uma esperança de iluminar a mente e o coração dos homens.

Na página do CETRANS no Youtube estão publicados vídeos-conferência realizados pela filósofa Mariana Thieriot-Loisel, que explicam os Artigos da Carta da Transdisciplinaridade:

Vídeo 1 - http://youtu.be/7Lc1NXDQA9k
Vídeo 2 - http://youtu.be/oLrZLfhnzh4 
Vídeo 3 - http://youtu.be/gKlKeuz-p4k

 

Doutoramento a distância em Midia – Arte Digital: realizou-se em Silves, Algarve, Portugal, de 12 a 18 de julho um evento de natureza transdisciplinar (apesar de não levar no título este nome): o 2o. Retiro Doutoral em Mídia Arte Digital «Poéticas Digitais em Al-Mtu’Amid – Inovação, Poesia, Inclusão». Este evento uma organização conjunta da Universidade Aberta, da Universidade do Algarve, do Centro de Investigação em Artes e Comunicação – CIAC e da Câmara Municipal de Silves reuniu alunos do doutoramento a distância, onde estudantes, professores, convidados e público em geral partilharam um espaço comum de fruição de ideias, análise de resultados e lançamento de desafios futuros. Fez parte deste evento ímpar aulas presenciais, discussões em fórum e seminários temáticos, exposição de artefatos de mídia-arte digital, apresentação, discussão e avaliação de projetos de tese e outros. O evento programou ações para envolver a cidade de Silves, e seu grande rei-poeta Al-Mut’Amid [1040-1095]. Maria F de Mello participou deste evento como palestrante a convite de Adérito Fernandes Marcos, Diretor do Doutoramento a distância em Midia – Arte Digital, da Universidade Aberta e organizador do mesmo, juntamente com Mirian Tavares, Subdiretora do Doutoramento em Midia-Arte Digital da Universidade do Algarve e do Dr. Amilcar Martins, arte-educador da Universidade Aberta. Saiba mais sobre este doutoramento acessando: http://dmad.dcet.uab.pt.

 

Possibilidades TransD - Curso de Difusão Científica promovido pela AMORC São Paulo teve continuidade no 2º semestre com os seguintes módulos e palestrantes:

  • Módulo V: Patrick Paul – Agosto/09 Transdisciplinaridade e Filosofia Oriental.
  • Módulo VI: Luiz Eduardo Valiengo Berni – Agosto/23 Epistemologia e Pesquisa em Transdisciplinaridade no Diálogo Intercultural e Tradicional.

O curso ainda contará com outros módulos em setembro, outubro, novembro e dezembro:

  • Módulo VII: Fábio Mendia – Setembro/27 A Transdisciplinaridade e o Diálogo com o Esoterismo Ocidental.
  • Módulo VIII: Renata Paes de Barros ̶̶̶ Outubro/11 Transdisciplinaridade como mediadora entre os Saberes Científicos e Tradicionais em Saúde.
  • Módulo IX: Moacir Fernandes de Godoy ̶ Novembro/08 Teoria do Caos e Transdisciplinaridade aplicadas à Medicina.
  • Módulo X: Maria F. de Mello e Vitoria M. de Barros ̶ Dezembro/13 Pragmatismo Transdisciplinar – P/TD.

As apresentações dos quatro primeiros módulos já se encontram disponíveis, em PDF, no site do Curso http://levberni.wix.com/possibitransd#!notcias/ciqp, assim como mais informações http://levberni.wix.com/possibitransd#!programa/c20lb.

 

Projeto Trilha de Olhares – a poeta e escritora Mirian Menezes de Oliveira, membro do CETRANS, nos traz notícias deste projeto em uma nova edição, no segundo semestre de 2014, que se intitula Verde Orion e objetiva o despertar para a valorização e consciência ecológica, o sentimento de pertencimento, o cuidado com o local em que se vive e com o Planeta Terra. Através de sensações, dialogadas entre os artistas e suas ferramentas de expressão – fotografia, poema e escultura em vidro – esta nova edição mostrará uma visão caleidoscópica da natureza.

Para tanto, foram escolhidas quatro áreas urbanas, do município de São José dos Campos, que ainda possuem fragmentos preservados da Mata Atlântica, denominadas poeticamente, Verde Órion. Essas áreas serão mapeadas por imagem satélite, pelo pesquisador e cientista Bruno Schultz, do Instituto de Pesquisas Espaciais – INPE, que enriquecerá a produção dos artistas, possibilitando a proximidade entre a Ciência e Arte. Participam também deste projeto o fotógrafo Gilmar Garcia Dueñas e a artista plástica Tita Selicani.

O projeto será exposto no Salão de Arte no Carrousel du Louvre em 2014. Saiba mais http://www.trilhasdeolhares.blogspot.com.br.

 

De acordo com o filósofo Kierkegaard (1813-1855) “a tomada de decisão é a mais importante atividade humana, pois é por meio das escolhas que fazemos que vamos criando nossa vida”. Mas não é fácil escolher, pois isto implica, de alguma forma, perder o que não se escolheu. Muito mais difícil ainda se torna escolher quando nos encontramos diante de tantas opções ou diante do medo e da angustia de escolher inadequadamente. A capacidade de decidir assinala o nosso amadurecimento e revela os princípios pelos quais orientamos nossas vidas.

Estamos em tempos de preparo para realizarmos escolhas que incidirão sobre o coletivo do Brasil, quando elegeremos quem serão os nossos representantes nas instâncias estadual e federal, dentro de um governo democrático.

A Democracia é a forma de governo exercida por pessoas legitimamente eleitas como representantes do povo. Esta soberania dos eleitores, ainda que não reconhecida por muitos, resulta de uma capacidade de escolher fundada na percepção que cada um tem da realidade, daquilo que mais o aproxima do sentido da existência e tudo que espera ver tornar-se a prática daqueles que nos representam. Essa maturidade depende da lucidez com a qual cada um experiencia e interpreta as circunstâncias presentes na realidade imediata ou não. Desenvolvermo-nos nesse sentido; é urgência e meta individual e coletiva.

Martin Heidegger (1889–1976) afirma que a aproximação rumo ao sentido e à verdade pode ser feita através da arte, filosofia, política e religião. Para este filosófo, o exercício da política, uma vez que ela acontece na ação, é uma forma eficaz, mais rápida e abrangente de provocar transformações. 

 

UA Comunicação

Neste período a UA Comunicação cuidou de potencializar as ferramentas de comunicação e colaboração entre seus membros, como também com interessados no estudo da TD através do Site, Facebook, NING, Youtube e agora uma página de Podcast.

Entre estas ferramentas Web, o Facebook, tem se mostrado, de maneira ágil, como um bom veículo de transmissão de informações, compartilhamento de eventos, ideias e conteúdos do próprio CETRANS e de outras instituições irmanadas nos mesmos objetivos.

Hoje o Grupo do CETRANS no Facebook conta com mais de 300 participantes, entre membros efetivos, pessoas apresentadas por estes, ou ainda outras que se identificaram com as pessoas e publicações. Esse Grupo conta com mediação das coordenadoras das UAs Comunicação e Comunidade, que selecionam e organizam o material a ser postado, sempre em busca da excelência. 


UA Formação

Completando o ciclo de reflexões e experiências do Encontro de Membros do CETRANS 2014 sobre Transdisciplinaridade & a Questão da Metafísica, tivemos a honra e o privilégio de ouvir o renomado filósofo brasileiro, Owaldo Giacoia, falar sobre o tema «Sobre a Necessidade do Inútil na Filosofia, Tempo e Má-Consciência». Com exemplar gentileza, fluidez e presença o professor Giacoia falou de como os filósofos, estes extemporâneos, não coincidem com a consciência de seus tempos, mas retratam a consciência pesada de seus tempos. Ele abordou a questão da metafísica, apresentou a tríade aristotélica Theoria, enquanto contemplação de Deus; Poiesis, enquanto o trazer para frente, tornar visível, produção, fabricação, criação, ação do homem; Práxis, enquanto ação humana orientada por valor nominal com fim interno à ação seja ela política ou ética. A partir de Platão, Nietzsche, Heidegger ele tratou de questões referentes à interpretação, ao ser, à técnica, ao perigo da técnica, ao problema do antropocentrismo, à superação da metafísica etc. Falou também, da renúncia à onipotência, da necessidade de abrir-se ao inútil, lugar onde se prepara uma atitude nova e anunciou a questão do cuidar, da possibilidade de compreender-se o homem na sua capacidade de habitar a linguagem enquanto pensar, sentir e ser, e de deixar-se ser.

 

Transdisciplinaridade uma Porta para a Medicina Integrativa foi o tema escolhido pelo Dr. Paulo Bloise para sua fala na atividade Diálogos TD do CETRANS no mês de agosto. A partir de seu processo formativo e de sua experiência profissional enquanto médico psiquiatra, analista junguiano e coordenador do núcleo ANTHROPOS de integração mente – corpo – espiritualidade, ligado ao departamento de psiquiatria da UNIFESP, Dr. Bloise abordou questões relacionadas ao atendimento psiquiátrico em ambulatório, mindfulness, possibilidade de integração corpo/mente, percepção simbólica na psicologia analítica e a relação dor – memória.

Dr. Bloise e os participantes teceram um fértil diálogo sobre a tão descuidada questão da duração, no que se refere à necessidade do tempo de maturação no processo formativo do profissional que se propõe a incluir em sua prática médica estas questões de tão alta complexidade. Dr. Bloise é autor dos livros: O Tao e a Psicologia. São Paulo: Editora Angra, 2000 e Saúde Integral – Medicina do Corpo, da Mente e o papel da Espiritualidade. São Paulo: Editora Senac, 2011.

 

Epistemologia dos Cuidados Integrativos – Interface entre saúde e educação foi o ponto central da fala da Dra. Sissy Veloso Fontes, professora do Departamento de Neurologia e Neurocirurgia da UNIFESP. Sua apresentação deu sequência ao tema Saúde e Transdisciplinaridade eleito para o ano de 2014 nas atividades do CETRANS, oferecidas gratuitamente a quem quiser participar. A Dra. Sissy conseguiu metacomunicar, de forma brilhante, a fundamentação, a metodologia, as ações de seu percurso profissional e as intensas atividades que desenvolve atualmente nesta área da saúde. Dentre os itens por ela abordados salientamos: pedagogia vivencial humanescente; o profissional da saúde e sua atuação além da patogênese; a importância de referenciais teóricos para apoiar pesquisa e ações; a relevância do papel da multi e da interculturalidade na medicina integrativa; a transdisciplinaridade como uma forma de conhecimento sine qua non para que esta antiga/nova visão de medicina aconteça.

É promissor que a relação CETRANS – profissionais da saúde – instituições acadêmicas possam se beneficiar desta fertilização cruzada.


UA Gestão

O inverno, enquanto ciclo solar, é a época de interiorização e de reflexão. E foi assim que sucedeu com a UA Gestão. Neste período, esta UA dedicou-se à revisão de seus processos educacionais e à leitura cuidadosa dos Parametros Normativos do CETRANS, cuja atualização foi aprovada na última Assembléia Geral Ordinaria de novembro/2013. Este movimento teve como objetivo a apropriação do exercício da gestão, num âmbito de metagestão, visando ações em duas dimensões: considerando a Gestão de 1ª Ordem, voltadas aos aspectos operacionais de comando e controle; a Gestão de 2ª Ordem, voltadas às questões relacionadas à realidade multirrelacional nas UAs, destas com os Membros CETRANS e com os as pessoas que constam da lista de contatos CETRANS.

Compreender os fundamentos, princípios e diretivas destas duas formas de Gestão já é per se complexa e, também, este nível de complexidade aumenta ao pensarmos que ambas formas de gestão precisam ser articuladas. Pensar em uma Gestão de natureza transdisciplinar é um desafio e uma necessidade. Pouco registro existe sobre ela. Pensar a gestão nesta perspectiva permitirá que o CETRANS desempenhe melhor sua vocação de Centro de Educação Transdisciplinar, descubra novas maneiras de se gerir, desperte o interesse para renovação e facilite transformações. Considerando sua história, atenda às demandas do presente e inove no que for preciso. 


UA Publicação

NICOLESCU, B. , From Modernity to Cosmodernity - Science, Culture, and Spirituality. 2014, New York: Suny Press.

Nesta obra, Nicolescu aborda questões relevantes, tais como as revoluções quântica, biológica e da informação dos séculos XX e XXI, que mudaram nossa maneira de ver a realidade, ainda que o velho olhar baseado na ciência clássica permaneça dominante ainda hoje, reforçando a noção de um mundo racional, mecanicista que permite um progresso sem fim. Na prática, essa visão promoveu a violência entre os homens. Basarab Nicolescu vislumbra uma nova era, a cosmodernidade, fundada numa visão contemporânea de interação entre ciência, cultura, espiritualidade, religião e sociedade. Nesta, a realidade é plástica e as pessoas que nela habitam são participantes ativos do Cosmo e o mundo é simultaneamente conhecível e não conhecível. Fundamentalmente, cada ser humano reconhece sua face na face de cada outro ser humano, independentemente de sua religião ou crenças filosóficas. Nicolescu percebe uma nova espiritualidade livre de dogmas e olha a física quântica, a literatura, o teatro, e a arte como meios de revelar a emergência de uma consciência nova, uma consciência cosmoderna

SORVAL, G. A Iniciação dos Cavaleiros e a Iniciação dos Reis na Cristandade Medieval, São Paulo: Editora Polar, 2014.

Abordar A Iniciação dos Cavaleiros e a Iniciação dos Reis na Cristandade Medieval, é nos dias de hoje uma iniciativa arriscada. (...) Evidentemente, a cavalaria e a realeza podem parecer desinteressante para quem reduz tudo ao ‘prático’ e ‘rentável’. Inversamente, esses conceitos têm uma densidade excepcional e são valorizados pelos que possuem uma consciência refinada com a ordem tradicional e das modalidades de intervenção do ‘espiritual no organismo e na organização do indivíduo e da sociedade. Jean Tourniac.


Baglis TV ̶ www.baglis.tv: Site sob sistema de assinatura anual, mensal ou sob demanda, dedicado a entrevistas e conferências de grande qualidade e sensibilidade feitas em francês com três sessões distintas das quais destacamos:

  • Corpo: Ecosofia, Geobiologia, Ayurveda e China, Neurociências, Física Quântica e Nutrição;
  • Alma: Artes, Maçonaria, Mitos, Psicologia, Mundo Imaginal, Tarô;
  • Espírito: Cristianismo, Astrologia, Sufismo. Oriente, Esoterismo, Metafísica, Cabala, Gnose, Alquimia e Geometria Sagrada.

 

Setembro | dia 20: Dr. Fabio Bechelli ― Uma visão Transdisciplinar do Humano.

Outubro | dia 25: Denise Chaer ― Novos Urbanos: discutindo o futuro das cidades a partir das relações humanas.

Novembro | dia 22: Dra. Célia Regina Barollo ― O paradoxo da Medicina Atual: uma Visão Transdisciplinar.
                 
| dia 29: Assembleia Geral.

Dezembro | dia 06: Dr. Marcelo Demarzo ― Workshop Introdutório sobre Mindfulness aplicado à Saúde

 

Sobre a melhor justificativa da metafísica (do livro Significado e Valor da Metafísica e outros textos, vol. III, p 294-295 de José Marinho/ Imprensa Nacional da Casa da Moeda − Portugal)

(11) Algumas vezes os metafísicos na justificação da sua atividade de conhecimento foram razoavelmente inábeis. Eles raciocinaram sempre no seu campo, argumentando sempre com os mesmos argumentos, numa posição, por assim dizer defensiva. Mas dessa maneira de proceder não colhiam o esperado benefício, visto que nada podiam adiantar ao já dito.

Quanto a nós, a melhor maneira de a metafísica se justificar, quando sinta conveniência de fazê-lo (o que pode ser maneira de se justificar o espírito perante si próprio e procurar mais seguro fundamento), é mostrar que os mesmos problemas estão supostos em qualquer exercício de pensamento, com a ciência, e o senso comum, em qualquer forma de espiritualidade, como a mística, a arte, a ética ou a religião, em qualquer forma de atividade, como a moral ou a política. É esse, segundo creio, o melhor caminho, e não outro.

Diz-se à metafísica: − “Tu propões-te uma quimera ou uma impossibilidade”. E a metafísica responde assim: − “Vou provar-te que tu, meu caro antagonista, te propões, tens proposta ou tens proposta a mesma quimera, a mesma impossibilidade. E que não podes deixar de resolver-te e decidir-te nas mesma questões, sobre o que seja verdade, sobre o que seja bem, que supões vedadas ao homem ou destituídas de sentido. A diferença entre nós consiste nisso: eu ponho as questões com toda a cautela e, quando respondo faço-o em toda a circunspeccão. Tu, ao contrário, muito cuidadoso em decidir cautelosamente nas pequenas coisas, decides-te nas maiores, por virtude das quais aquelas existem, segundo a opinião corrente ou segundo o palpite”.

Coisa curiosa, os homens vivem, na enunciação dos seus juízos, entre dois extremos: por um lado vivem com excessiva confiança no que aprenderam, no que lhe foi ensinado, inculcado, no que encontraram já pensado: por outro lado, recebem impulso do que em especiais momentos lhes ocorre. Aquele é um saber de razão, simplesmente se trata duma razão em vários momentos, uma razão mesclada, uma razão que, muitas vezes, sem se dar por isso é uma razão de conflito. No segundo caso é um saber de intuição, mas duma intuição cuja espontaneidade não é propriamente espiritual mas sim, como costuma dizer-se, ao sabor das circunstâncias.

Mostrar que o conhecimento metafísico (destituído, aliás, como dissemos do pensamento, que rigorosamente a ele conduz) se encontra implicado no homem em todo o juízo, em todo o acto de ser – será esse então a seguir o nosso propósito. Para o ver, temos de considerar as várias formas como o homem é e se representa o que é. Seria esse longo labor irrealizável para quem pretendesse atender a toda a multiplicidade do ser e do pensar do homem. Mas nós podemos, para abreviar, dar alguns exemplos simbólicos. E cada labor analogamente procederá, pesquisando o equivalente do seu próprio caso na investigação proposta... 


 

 

UA Comunicação – Vera Lucia Laporta
UA Comunidade – Mirian Menezes de Oliveira
UA Formação – Maria F. de Mello
UA Gestão – Dalva Alves
UA Publicação – Vitoria M. de Barros