Cetrans

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Hush!
I see vastness!
And of vasty things
Ones should not speak −
Save in vast words! Well then:
Grandiloquize, charmed wisdom mine!

Look up:
There roll the star-strewn seas,
Night, stillness, deadly silent roar!
Behold, a sign:
Slowly, from endless space.
A glittering constellation floats towards me.
Quietude!
Vejo imensidão!
E de coisas imensuráveis
Não se fala –
A não ser em palavras imensas! Bem, então:
Grandiloquente mina de sabedoria encantada!

Eleve o olhar:
Lá ondulam os mares de estrelas errantes
Noite, quietude, o bramido do silêncio mortal!
Contemple, um sinal:
Lentamente, do espaço infindável
Uma constelação cintilante flutua rumo a mim.
Nietzsche Nietzsche

 

Neste outono, nossa alegria em realizar o VII Encontro de Membros CETRANS −2015, sobre o tema TD: o Símbolo e o Sagrado foi imensa. Contamos com a presença e participação viva de 20% dos membros. Ficou evidente a todos que este evento foi um impulso para o processo formativo de cada um e que ficará plasmado em ações TD individuais e coletivas a curto, médio e/ou longo prazo. 

Três são as qualidades particularmente vibrantes para o CETRANS no ano de 2015: Profundidade, Ativação e Meditação Criativa. Foi a partir delas, de uma grande energia e da necessidade e interesse em abordar o tema proposto que o VII Encontro se organizou, a saber:

  • Em maio, Momento 1, Símbolo Forma e Função e sobre Símbolo in Vivo, tendo por referência o Número 7 e os Sete Raios, segundo Alice Bailey;
  • No início de junho, Momento 2, Meditação da Lua Cheia, Ciclos, Energia Viva, O Lúdico;
  • No final de junho, Momento 3, Meditação da Lua Nova, Homenagem a Lima de Freitas, O Reflexo da Sua Beleza, A Virgem Negra, As Formas Sagradas, Esquemas, Dança Circular Sagrada, Experiências TD Práticas e/ou Teóricas e o Símbolo e o Sagrado em uma Cultura.

Finalizamos o VII Encontro com a certeza de que os propósitos que nos levaram à sua realização formam alcançados, de forma a jogar luz, vislumbrar novas perspectivas e instigar uma intensa atividade para mudança energética e de irradiação, tanto para o percurso TD dos Membros participantes como para o CETRANS enquanto a Comunidade de Amigos que é.

 

Em Abril - dois membros do CETRANS, Dalva Alves e Francisco Zuana, viveram um acontecimento transformador no nível físico, psíquico, animico e espiritual, quando no dia 25, estavam presentes em Katmandu, no trágico terremoto que abalou o Nepal. Eis aqui algumas impressões registradas pela Dalva:

 

Foram momentos de impacto extremo, muito marcantes em nossas vidas, onde, embora não tenhamos nos ferido, nos encontramos por muitas horas diante da perspectiva de ferimentos, de inúmeras privações e mesmo da morte. Estar em um terremoto é estar totalmente vulnerável às forças da Natureza. É entrar em alerta total de autoproteção, de compartilhamento de cuidados, de solidariedade, de contato com nossa alma, com nossas forças internas, num misto de silêncio e agitação, pois se está em contato com as forças da Natureza que não julga bem e mal, bom ou ruim, certo e errado. A Natureza apenas acontece com toda sua força. Não há controle humano sobre as forças da Natureza num evento como esse... O que realmente nos importa em um acontecimento como esse? Não havia muito o que fazer a não ser sentar-se em algum lugar aparentemente seguro, esperar os abalos cessarem ou mesmo estar prontos para levantar e correr. Mas correr para onde? Então, tomar contato com sentimentos de medo e de um possível lamento, sem dúvida era inevitável; mas as boas lembranças dos afetos de parentes e amigos, assim como o procurar colocar em prática o que aprendemos sobre respiração, meditação, e mesmo a leitura de uma prece – eu tinha em meu tablet a prece de Samantabhadra – foi de grande ajuda e conforto. Agora, o sentimento é de renascimento e o de que só importa viver com mais simplicidade.

De 29 de abril a 4 de maio foi realizada, em Montreal/ Canadá, na Galerie Le 1040, a “Exposition de Peinture : L'oeuvre Au Bleu” de Mariane Thieriot Loisel, membro do CETRANS.

Para aqueles que observam suas pinturas “que não representam nada", Mariana diz, "estes são vislumbres do céu em diferentes momentos. Cada pintura é uma janela, um momento de fuga. A janela para a alma, como para iluminar o céu dentro de nós. A janela estabelece o contacto entre o interior e o exterior, minhas pinturas também. Eu expressei esses traços de azul, esses traços do infinito, como aquilo que eu tenho de melhor”. Eu nunca parei de estudar, mas eu nunca aprendi formalmente a pintar. A pintura é para mim um território de contingência, onde eu posso deixar as coisas acontecerem sem projeto, sem controle. Trabalho o óleo, os pigmentos e a matéria à medida em que as cores surgem. Eu deixei a pintura se fazer”.

 

De 3 a 7 de Junho foi realizado na Universidade de Tecnologia de Viena, o encontro sobre o tema THE INFORMATION SOCIETY AT THE CROSS ROADS Response and Responsibility of the Sciences of Information [Sociedade de Informação nas Encruzilhadas. Respostas e Responsabilidade das Ciências da Informação]. Nesse evento participaram Solomon Marcus, Basarab Nicolescu e Soren Brier, membros do CIRET.

O objetivo do evento foi tratar o tema Tecnologias de Informação e Comunicação não apenas como o livre fluir de informação que se dissemina globalmente, no sentido primariamente tecnológico e quantitativo, mas de como organizar um arcabouço transdisciplinar e transcultural de poder interpretativo. Dessa forma é muito necessário o poder de interpretação dos dados, seja no que tange dados politicos, sociais ou científicos.

Um objetivo probabilístico fundamentado no conceito de «informação como um paradigma de processamento», como é visto na cibernética tradicional, sistemas e ciências da informação não é mais suficiente, porque informação não é somente algo digital carregado por containers físicos, mas também, uma diferença que diferencia sistemas viventes experienciais e culturais. Por isso, informação técnica ou análise de discurso por si só não podem ligar natureza e cultura. Faz-se necessário encontrar maneiras de integrar uma visão de primeira e terceira pessoa com a tecnologia, combinando teoria dos sistemas e cibernética com um arcabouço interpretativo mais fenomenológico, hermenêutico, semiótico e linguístico. Dai a grande relevância da Transdisciplinaridade neste processo.

Aconteceu no Instituto de Psicologia da USP - IPUSP dia 12/06 p.p., parte dos Seminários Estaduais Psicologia, Laicidade e as Relações com a Religião e a Espiritualidade uma realização do Conselho Regional de Psicologia de São Paulo, o Seminário PSICOLOGIA, RELIGIÃO E DIREITOS HUMANOS, tendo na Comissão Científica e na Comissão Organizadora e mentor dos eventos, o Dr. Luiz Eduardo V. Berni que é também membro do CETRANS. O evento contou com o apoio da Universidade de São Paulo (USP), da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP) e da Universidade Paulista (UNIP) Este evento visou explorar a Psicologia, a Religião e os Direitos Humanos, a partir do foco central do Projeto Ético-político da Psicologia, que reconhece e respeita os Direitos Humanos, problematizar as relações da Psicologia com a Religião, com o Fundamentalismo, com as Comunidades Terapêuticas e, ainda, com outros fenômenos sociais cotidianamente confrontados pelo fazer psicológico. Tais confrontos convidam ao exercício contínuo da reflexão.

Confira a programação em http://www.crpsp.org.br/eventosdiverpsi/Dados.aspx
A gravação do evento está disponível em https://youtu.be/ta1VYEsSFf8.

 

REENCANTAR O MUNDO

…Vivemos hoje num mundo onde os valores materiais e as mudanças econômicas preenchem toda a paisagem da consciência humana. Entretanto, a natureza é, ao mesmo tempo, objetiva, relacional, saturada de sentido e em perpétua metamorfose. A super valorização da objetividade e da medida deixa as outras facetas da natureza humana, como a ecológica, a política e a psíquica muito desequilibradas. O «reencantamento do mundo» procura reintegrar essas outras facetas nas experiências humanas. Não é uma nova disciplina, mas um olhar que contém todas as disciplinas quer seja econômica, científica, psicológica, histórica, artística ou social. [Nesse sentido, um debate fundamental é aprofundar as questões subjacentes ao causalismo ou simbolismo].

Esta mudança de paradigma é radical, pois trata de explorar o mundo não mais a partir do pensamento, mas da presença do Si-mesmo que palpita no coração do nosso coração, por testemunhar as experiências da Manifestação. Esta mudança é radical, pois supõe uma «super-realidade» plena de forças significantes que organizam os mundos físico e o psíquico. Estas forças são tão eficazes quanto a causalidade física. As «forças significantes» e os arquétipos junguianos podem ser representados com a ajuda de modelos analógicos, exatamente como a causalidade é a base para as teorias físicas. Elas têm por nome astrologia, alquimia e cabala, por exemplo. Deste ponto de vista, a astrologia é uma psicologia esotérica, a alquimia uma química esotérica e a cabala, uma física esotérica. «Esotérico» designando os mundos sutis, o universo metafísico, a contrapartida invisível da realidade física. O reencantamento do mundo abre a consciência para novas possibilidades, por várias vias:

  • Nos contos maravilhosos, assim como nas histórias mitológicas, como exemplo a de Narciso, Ícaro, Prometeu e Hércules;
  • Em cada dia da semana, cada mês do ano, cada parcela do tempo, todos são portadores de sentido. Perceber isso é, antes de tudo, abrir-se a uma forma de desenvolvimento transpessoal que escapa aos engessamentos narcísicos do «desenvolvimento pessoal»;
  • Na linguagem que não é mais só utilitária nem descritiva, mas se torna poética e cheia de sentido como a «Linguagem dos Pássaros».

Essas vias não são novas. Elas se inscrevem na corrente de pensamento chamada «neoplatônica» através dos trabalhos de Goethe, Aurobindo, Jung, Mircea Eliade, Gilbert Durand, Rene Thon, Alain Connes e, mais recentemente, Jill Bolte Taylor... que começamos a reunir numa «biblioteca ideal». Por diferentes razões, nós vivemos na aurora de uma grande mutação ontológica, será que saberemos realizá-la com um sentimento de felicidade?

Para dizer a verdade nada reencanta o mundo, pois trata-se somente de uma questão de ter um olhar que procura esse encantamento. O olhar utilitarista traz uma natureza útil; a visão poética torna a natureza bela e luminosa. Hoje em dia, não é suficiente melhorar nosso saber técnico, é necessário descobrir uma ordem razoável do mundo e nosso lugar nele. Esse já era o programa de Descartes com O Discurso do Método, e somente o primeiro passo desse projeto está em vias de ser completado e com que talento! Seria necessário hoje ir além deste imenso sucesso que nos conduziu na direção dos desequilíbrios psicológicos e planetários mortais que vivemos através de um «Tratado do Mítodo» [relativo a mito], uma bela expressão que nós tomamos emprestada de Gilberto Durand.

O que quer dizer explorar o mundo imaginal, esta realidade invisível que é propriamente a raiz celeste das coisas visíveis? Nesses espaços desconhecidos florescem os mitos; as lendas; as fontes inspiradoras dos criadores, dos inventores e dos místicos; os espíritos das plantas; as ondinas; a alma do Mundo. Esse universo, que todas as culturas exploraram, com a exceção notável da nossa, provoca a alegria naqueles que conseguem contatá-lo e possibilita sua transformação profunda.

Ref.: Luc Bigé
http://reenchantelemonde.com 

 

UA Comunicação

Este é o 7º ano de existência desta publicação, hoje já em seu 25º número. Comunicamos aos nossos leitores que a partir da presente edição, a comunicação sazonal do CETRANS, até então denominada «Boletim Interativo», mudará seu nome para «CETRANS Inter@tivo» − CI@.

A UA Comunicação, além de estar diretamente envolvida na realização deste trabalho e sua divulgação eletrônica, cuida também da página Facebook de nossa instituição – neste (contando com interlocução de Mariana Thieriot-Loisel e Mirian Menezes de Oliveira), da Rede Social no NING, do Site Oficial, do canal de vídeos no Youtube, da página de Podcasts e das publicações no ISSUU, de modo a transmitir as realizações dos Membros CETRANS, mantê-los atualizados das publicações e de acontecimentos – tanto nacionais quanto internacionais, relativos à TD.

Um dos acontecimentos que divulgamos, neste outono, nas Redes Sociais, foi o Projeto O Caminho do Sertão 2015 – cujo idealizador, Almir Paraca, é um dos membros do CETRANS. Essa é uma nova rota turística no universo de Guimarães Rosa e também, um caminho literário. Promove um mergulho sócio-ambiental e literário no universo de Guimarães Rosa e no cerrado sertanejo. A 2ª edição do Projeto acontecerá entre os dias 04 e 12 de julho de 2015. Quem participa do Projeto percorre parte do caminho realizado por Riobaldo, personagem central do livro "Grande Sertão: Veredas", rumo ao Liso do Sussuarão. Serão 160 quilômetros, a pé, pelo Norte e Noroeste de Minas Gerais, passando por comunidades de geraizeiros onde se encontram folias de reis, mestres e mestras de tradição oral. Paraca explica que a caminhada sai da Vila Sagarana, município de Arinos e vai em direção de Chapada Gaúcha, também em Minas Gerais, e relata que os caminhantes da 1ª edição não só estão contribuindo voluntariamente para a realização geral do evento, como se propuseram a desenvolver uma série de atividades nas comunidades que compõem a travessia.

Fonte: Portal EBC

 

UA Comunidade

Com alegria a Comunidade CETRANS recebeu no mês de maio dois novos membros: Dr. Yusaku Sussumi e Marizilda Lourenço, ambos antigos colaboradores do CETRANS.

Yusaku Soussumi é médico neuropsicanalista, fundador do Instituto Rukha (2004-2012), organização não governamental voltada para o desenvolvimento humano e social, da qual foi autor e coordenador da metodologia de trabalho. É membro fundador e presidente do Centro de Estudos e Investigação em Neuropsicanálise (CEINP), desde 2000; membro fundador da Sociedade Internacional de Neuropsicanálise; membro efetivo da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo (SBPSP); membro honorário da Sociedade Psicanalítica de Mato Grosso do Sul e membro efetivo da Federação Brasileira de Psicanálise (FEBRAPSI). É autor de Paradigmas metamórficos - desvelando a natureza dionisíaca do real, obra que tem como tema a natureza humana e sua dinâmica de funcionamento, abordadas numa perspectiva transdisciplinar, a partir da premissa de que o ser humano não é uma criação excepcional da natureza, mas um animal em pleno processo de evolução biológica, que só pode ser entendido na sua complexidade como ser biopsicossocioespiritual.

Marizilda Lourenço é formada em Ciências Sociais e Jornalismo; trabalhou na grande imprensa paulistana (Jornal da Tarde/ O Estado de S. Paulo), na imprensa especializada (Revista Íris) e nas editoras (Melhoramentos, Saraiva, Atual, Companhia das Letras) antes de se dedicar exclusivamente ao ofício de escrever nos mais diferentes gêneros das áreas de comunicação e documentação institucionais no SENAC de São Paulo, onde também fundou a Editora SENAC - São Paulo em 1995. A partir de 1999, passou a atuar como desenvolvedora de conteúdo nas áreas de Moda, Beleza e Design de Interiores para o SENAC de São Paulo, tendo produzido material didático e de referência, com destaque para Releitura de ambientações brasileiras. Em 2004 passou a integrar o Centro de Estudos e Investigação em Neuropsicanálise (CEINP) como editora e desenvolvedora de conteúdo nas áreas de Psicanálise, Neuropsicanálise, Filosofia, Epistemologia, Biologia e Neurociências, sempre numa abordagem transdisciplinar. Editou a obra Paradigmas metamórficos: desvelando a natureza dionisíaca do real, de Yusaku Soussumi, em parceria com a Casa do Psicólogo, em 2011.

Com intenção de aproximar os Membros CETRANS e visando fortalecer esta Comunidade de amigos, que agora é constituída por 66 membros, vimos sistematicamente celebrando os aniversariantes do mês e datas festivas, bem como mantendo troca intensa de mensagens eletrônicas, telefônicas e presenciais.

Muito do trabalho desenvolvido nesta estação concentrou-se na realização o VII Encontro de Membros com o propósito de organizar e envolver a participação da Comunidade CETRANS neste evento e a integração dos inscritos nas atividades programadas.

Filoxenia – o bom acolhimento, o amor aos estrangeiros, o ato de acolher – foi um principio inspirador para realizar os diferentes Momentos que marcaram o VII Encontro de Membros CETRANS – 2015.

 

UA Formação

Três palestras sobre TD: o Símbolo e o Sagrado, tema fundante do CETRANS em 2015, foram proferidas na Sala CETRANS neste outono, a saber:

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No dia 28 de março Edson Tani falou sobre o tema TD: O Símbolo e o Sagrado na Arquitetura. Tani começou sua apresentação com a música Lunik 9 de Gilberto Gil, música de 1967, forma inusitada de iniciar uma fala sobre o Sagrado na Arquitetura. Ele contou que foi sempre muito ligado à música e ao desenho e estudou ambos desde pequeno, tendo ganho um concurso de escultura na areia aos 13 anos. Essa mistura entre música e geometria vai seguí-lo por toda sua vida profissional.

Tani mostrou que o símbolo faz a passagem e a ligação de dois planos: o plano inferior e o superior. Ele citou alguns exemplos para explicitar esse conceito e nos explicou como a Grande Chapelle Saint Ives foi construída sobre a estrutura de notas musicais; que o Pai Nosso do ponto de vista da geometria tem sua representação em 3 formas geométricas: o círculo representa o céu, o quadrado representa a Terra e o triângulo representa a Trindade e nos disse “assim na terra como no céu” e estas são três figuras universais que representam a criação; a catedral de Chartres é um exemplo de ligação do homem com o céu porque faz parte das catedrais construídas sob a estrutura de proporção áurea de uma estrela de cinco pontas [pentagrama], assim como no Pai Nosso que tem 107 sílabas é o ponto de ligação do Homem com o sagrado. Além das catedrais, muitos templos budistas também têm, na sua concepção e construção, o cuidado de estabelecer essa ligação do céu com a terra para que o praticante perceba e sinta essa ligação.

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No dia 25 de abril, Rodrigo Araes abordou o tema TD: O Símbolo e o Sagrado na Astrologia. Rodrigo causou estranhamento, curiosidade e provocou risos nos ouvintes ao iniciar sua palestra dizendo que o grande desafio do homem é «libertar-se do calabouço cósmico» e que ele era uma alma da época em que o Mar Morto não estava nem doente! Continuando sua fala, nada linear, com muita fluidez, ele foi adentrando inúmeros aspectos da astrologia exotérica e esotérica. Percorrendo inúmeras veredas desta da tradição milenar, ele verteu seu conhecimento sobre: o porquê falar de símbolo é falar de energia; quão necessário é passar a habitar o corpo no qual encarnamos e deixar aflorar o conhecimento que está dentro de nós mesmos; em que medida a atmosfera de nosso pensamento é afetada pelo momento em que fomos concebidos e pelo lugar onde habitamos; como nossa existência na Terra é um grande processo alquímico; porque a ampliação da consciência seria a única possibilidade de transformação e mais... Rodrigo, ao finalizar sua fala, nos ofereceu um texto inédito:

  

Equinócio de Áries

Tempo de equinócio, instante de equinócio. Qual a relevância deste fato? Dia e noite iguais; Sol cruzando o plano equatorial.

Equinócio de março tem para a astrologia importância total, inicia o ano novo zodiacal. Indo o Sol para Norte tem Primavera, se para o Sul Primavera também; seis meses além.

Temos uma pista. Primavera será a primeira verdade? Ou será o primeiro verão? A “vera” de primavera vem de “vers”, verão em latim. Primavera seria o primeiro verão, o que o antecede. Mas a palavra “vers” também está vinculada a “ver”, enxergar, da mesma forma que verdade. Verdade é aquilo que se vê, e só podemos ver às claras, no escuro não. Verdade (“aletheia”, em grego) é o que se manifesta aos olhos do Corpo e do Espírito. Primavera, Verão, fazem com que o mundo fique luminoso, Outono (estio, decadência) e Inverno (restringir, hibernar), deixa o mundo escuro, lúgubre, insalubre.

È vero que Primavera se compara à manhã de cada dia. O Sol nasce, a verdade se anuncia, nada mais está escuro, ninguém fica indeciso. Tudo é feito às claras, a traição não se oculta, se declara. E no nascer do dia o solo se orvalha, fica fecundo. O amor do Sol à Terra-Lua se declara, a Terra fica molhada. O Yoni se transfigura (a Terra é um verdadeiro Templo da Sabedoria, o Templo de Jade). Como uma amante ela se prepara recebendo os raios fecundantes. É tempo de semeadura. O tremor da maré de água e terra se acentua; tsunami de alta envergadura. O Yin e o Yang se juntam, num êxtase sublime. E o Sol, sobranceiro, nada deixa no meio. O trabalho é executado nos mínimos detalhes, e à noite o Sol se recolhe, fatigado.

A Terra semeada, útero encantado, agora intocado. Compare com o casal amante: se orvalha e se acasala. Ficam úmidos, se preparam, para no cálice se depositar o fruto do amor a acalentar. Em Áries e Touro temos a semeadura. Época de fecundação, páscoa, alegria. O que é semeado na Primavera é recolhido no Outono, no estio, guardado para o Inverno, tempo de fastio.

Os alquimistas sabiam disso, vejam do “Mutus Liber” a figura mostrada. No lusco-fusco, Sol e Lua presentes, o casal recolhe o orvalho cadente Esta água nutridora é o solvente da matéria a ser elaborada na divina Alquimia. Carneiro e Touro visíveis ao fundo indicam que a Primavera é propícia para essa colheita. Não tentem fazê-la em outra época, o Chumbo não será convertido, e para Ouro se tornar. Semente implantada sem a devida umidade, bom fruto não fará. Saturno, Sol não se tornará.

 Os antigos sabiam de coisas há muito esquecidas, tinham respeito por esses ciclos queridos, abandonados por ritualistas novadios. Pobre Astrologia, pobre Alquimia, praticadas hoje por ignorantes que, autoproclamados sábios, principiantes são. Quando o Sol varre os céus no dia-a-dia, vai da casa doze até a um, sem porfia. Meio dia está no zênite, seis horas no poente. O ponto de equinócio, num movimento similar, a precessionar, vai de Peixes, via Aquário, até Áries sem vacilar. Acautelem-se os egoístas. Aquário vem chegando, a humanidade se conscientizando, nossos irmãos clamam por um mundo melhor não desigual.

Ou teremos de esperar mais vinte e cinco mil anos para a redenção final?

Que fique a ideia de que quando o Sol cruza o equinócio o ano se fecunda. Tudo brota, renasce. O ano é um respirar. Na Primavera-Verão é tempo de inspirar, Outono-Inverno tempo de exalar. Assim bate o coração na sístole-diástole. Expansão-recolhimento é desdobrar do Ser, a essência da Vida, o Paraíso onde morte não existe.

Que os Astros nos protejam!

Rodrigo Araês - São Paulo, 10/02/2012 - 13h00m.

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No dia 21 de junho, Edson Tani e Tiemi Yamashita fizeram uma apresentação interativa sobre o tema TD: O Símbolo e o Sagrado na Cutura Japonesa, na Sala CETRANS. Edson e Tiemi nos mostraram os mistérios e os significados da cultura japonesa por meio das lendas mitológicas, passando pelos números, proporções e música. Eles exploraram o Mito de Izanami e Izanagi que expressa como as terras do Japão se formaram: “Sobre uma ponte flutuante do mundo dos deuses, Izanami e Izanagi utilizando uma lança sagrada coberta de pedras preciosas agitaram as águas do oceano. Quando eles levantaram a lança, as gotas que caíram de volta para a água coagularam e formaram a primeira terra firme, uma ilha chamada Onogoroshima e assim formou-se todo o arquipélago do país que hoje conhecemos como Japão.” Foi uma noite mágica que encantou a todos os presentes, finalizando com chave de ouro o VII Encontro de Membros CETRANS

 

UA Gestão

Atualmente, esta UA tem estudado formas de gerenciamento que elucidem a Gestão de 2ª Ordem, esta entendida como complementar à de Gestão de 1a Ordem, que prioriza comando e controle. A Gestão de 2ª Ordem é, por natureza, Transdisciplinar e tem a intenção de criar ações que permitam às pessoas interessadas em TD compreender, interpretar, aplicar e gerar conhecimentos com contextualização, fluidez e criatividade. O desafio desta Gestão é constituir um arcabouço pensado a partir de um campo de coerência, tendo em vista a relação de profundo sentido, baseada numa ética integrativa e relacional que expresse o potencial de realização pessoal, interpessoal, intrapessoal e transpessoal transformador, considerado como sagrado dentro de uma espiritualidade laica.


UA Publicação

Elegemos 4 lançamentos recentes de natureza TD:

  1. O livro René Daumal et l'enseignement de Gurdjieff. Éditions du Bois D’Orion, sob a direção de Basarab Nicolescu.
  2. O Volume 7 da Revista Presences, revista de estudos de práticas psicossociais da Universidade de Québec em Rimouski – UQAR – que tem Pascal Galvani como organizador. Neste volume há artigos de membros e colaboradores do CETRANS.

    A revista pode ser lida através de download gratuito diretamente do site da UQAR.

    Sumário de Presences, Volume 7:

    • Le Vivant et Nous, Hélène TROCME-FABRE
    • Le moment créatif dans le jeu dramatique: une perspective d’autoformation existentielle, Emanoel NOGUEIRA
    • Le souffle de l'art : une oeuvre au bleu, Mariana THÉRIOT-LOISEL
    • Parcours réflexif à la maîtrise en étude des pratiques psychosociales, Isabelle MICHAUD
    • La pratique transdisciplinaire au Centre Universitaire Arkos de Puerto Vallarta, Victoria GONZALEZ GARCIA
    • Naa-Ka-Nah-Gay-Win un mode de transmission des enseignements spirituels autochtones, Dolorès CONTRÉ-MIGWANS
    • Le "non agir" et le "vide formateur" dans l'intégration des acquis d’expériences par l’exploration de l’anthropoformation, Céline CARRÉ
  3. Depois dos livros De L’air sur l’ ecoformation publicado em 1992 e reeditado em 2015, Les Eaux écoformatrices, em 2001 e Habiter la Terre em 2005, uma nova obra foi lançada dentro deste mesmo espírito – Le Feu Vécu: Expériences de feux éco-transformateurs. Estes livros inauguram uma primeira exploração de pesquisa-formação sobre os quatro elementos, seguindo as sabedorias tradicionais reatualizadas por Gaston Bachelard. Nas obras citadas, os autores trabalham os quatro elementos como recursos fundamentais, naturais e culturais de uma formação humanista em relação ao meio ambiente e a ecocidadania. As experiências tratadas no último livro da série Le Feu Vécu: Expériences de feux éco-transformateurs [Pascal Galvani, Gaston Pineau e Mohammed Taleb – organizadores] e publicado pela L’Harmattan, Paris são exploradas principalmente através de uma abordagem que inclui rituais iniciáticos tendo o fogo como elemento primordial ligado à energia transformadora, por excelência, sejam elas formadoras ou destruidoras.

  4. O livro MINDFULNESS – curiosidad y aceptación, foi lançado na Feria del Libro, em Madrid, dia 05/06 e em Zaragoza, dia 07/06. Esta obra, da Editorial Siglantana E. L., foi escrito pelo Dr Marcelo Demarzo – coordenador do Centro Mente Aberta – Centro Brasileiro de Mindfulness e Promoção da Saúde da UNIFESP e membro do CETRANS, em parceria com o Dr. Javier García Campayo – professor de psiquiatria da Universidade de Zaragoza, com Prólogo do Dr. Vicente Simon, catedrático da Universidade de Valencia.

    Ainda que alguns termos e técnicas sejam provenientes das tradições religiosas orientais e especificamente do budismo, mindfulness é uma terapia secular, sem nenhuma reminiscência religiosa ou cultural e com sólida base científica. Mindfulness é uma tradução da palavra sati, proveniente da língua pali, um dos idiomas usados na escrita dos discursos de Buda, há 2500 anos. Este livro apresenta a relação que existe entre mindfulness, a psicologia e a medicina, com uma linguagem acessível a qualquer público. Em breve teremos este livro na versão portuguesa.

 

Data Tema
29 de agosto, sábado das 9h às 12h Transdisciplinaridade: o Símbolo & o Sagrado no Lúdico
26 de setembro, sábado das 9h às 12h Transdisciplinaridade: o Símbolo & o Sagrado na Filosofia
03 de outubro, sábado das 9h às 12h Assembleia Geral de Membros do CETRANS - 2015

 

UM SER EM EVOLUÇÃO

O homem do futuro não é o do terceiro milênio.

Ele é o de todos os tempos dentro do ciclo da criação humana. Ele vive na passagem entre o nascimento e a morte para tentar a celebração cósmica. Seu tempo é o tempo. Sua consciência, o desafio lançado a partir de um questionamento de resposta impossível. Ele é o homem iniciático. Aquele que se cria a cada instante seguindo o plano genético, espiritual e causal.

Desde que o homem existe, o homem do futuro já tinha sido criado. Ninguém pode dizer se houve vitórias. É certo que as experiências continuam. Mas, para participar desta experiência, é preciso pensar em sua dimensão, testá-la, senti-la como uma exigência e nomeá-la, sem usar alfabeto convencional.

O homem do futuro é, portanto, o homem de agora, de hoje. Nosso mundo atual beneficiou-se com homens do futuro do passado; nós manifestamos, por nossa vez, o que somos hoje para o amanhã.

De fato, o homem do futuro é um buscador de amor, não para si mesmo, mas para os outros, porque tem consciência que seu trabalho pessoal pode se juntar, como uma poeira de estrelas, aos outros, a fim de participar de seu brilho.

O homem do futuro é nosso presente diário. É uma proposição para viver, agora sim, em uma forma próxima da eternidade, para seu futuro.

Ref: O Homem do Futuro – Um Ser em Construção, organização Groupe 2, Editora TRIOM


 

 

 

UA Comunicação – Vera Lucia Laporta
UA Comunidade – Heloisa Helena Steffen
UA Formação – Maria F. de Mello
UA Gestão – Dalva Alves
UA Publicação – Vitoria M. de Barros